Por Jullyana B.
Des.te.mi.do: Que não tem medo; que é valente ou corajoso.
Se
vocês querem saber, eu cansei. Cansei de ser assim, tão neurótica e de tentar
ser perfeita. Cansei dessa mania de querer ter o controle de tudo e no final
terminar perdida. Cansei da bagunça na minha vida e da confusão que tudo se
tornou. Sabe qual o meu problema? Ser 8 ou 80. Não sei o que é o equilíbrio: ou
eu confio demais, ou não confio é nada. E ultimamente ando assim, fria e
desacreditada.
Eu
não sei se arrancaram meu coração, mas eu sinto ele congelado. Nessa mania de
querer cuidar de mim e de me proteger, deixei de ver o lado colorido das coisas
e tudo que eu enxerguei nesses últimos dias foi uma massa cinzenta no céu.
Acreditar demais é certeza de sofrimento, mas e não acreditar nunca? E
desconfiar de qualquer pessoa com uma boa intenção? Agora você me diz, e dá pra
viver assim? Um dia me disseram que a vida é o que a gente faz dela, e eu me
indago: o que eu tenho feito? Reclamado, sentido medo, colocado obstáculos. Ai,
essa maldita mania de pensar no fim antes mesmo de começar algo!
Não
quero ser o tipo de pessoa que não vive por medo de sofrer. Lágrimas fazem
parte da vida! Chorar as dores é expelir tudo que há de ruim em nós, para
então, crescer. Odeio a ideia de me limitar à ser essa pessoa que tenho sido. A
intensidade sempre foi meu sobrenome, a liberdade sempre me fez a cabeça.
Talvez eu tenha me perdido no caminho, mas faz favor, se você achar minha identidade,
me devolve? É porque assim não tá dando mais. Quero sorrir de verdade, amar por
completo, ser minha e de quem mais quiser. A hora da despedida sempre chega,
isso eu sei, mas não vale a pena sofrer antes do fim.
O
“pra sempre” não existe, as pessoas não são 100% boas, nem todo “eu te amo” é
sincero, alguém vai mentir pra você ainda hoje e você não vai ser feliz o tempo
todo. Tá, mas e daí? Quem disse que eu quero perfeição? Eu só quero a
intensidade infinita de um milésimo de segundo. Afinal, pra que manter os pés
no chão sempre, se fomos feitos pra voar?