segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O avesso às vezes dá certo

Por Jullyana B.


 Des.te.mi.do: Que não tem medo; que é valente ou corajoso.



Se vocês querem saber, eu cansei. Cansei de ser assim, tão neurótica e de tentar ser perfeita. Cansei dessa mania de querer ter o controle de tudo e no final terminar perdida. Cansei da bagunça na minha vida e da confusão que tudo se tornou. Sabe qual o meu problema? Ser 8 ou 80. Não sei o que é o equilíbrio: ou eu confio demais, ou não confio é nada. E ultimamente ando assim, fria e desacreditada.

Eu não sei se arrancaram meu coração, mas eu sinto ele congelado. Nessa mania de querer cuidar de mim e de me proteger, deixei de ver o lado colorido das coisas e tudo que eu enxerguei nesses últimos dias foi uma massa cinzenta no céu. Acreditar demais é certeza de sofrimento, mas e não acreditar nunca? E desconfiar de qualquer pessoa com uma boa intenção? Agora você me diz, e dá pra viver assim? Um dia me disseram que a vida é o que a gente faz dela, e eu me indago: o que eu tenho feito? Reclamado, sentido medo, colocado obstáculos. Ai, essa maldita mania de pensar no fim antes mesmo de começar algo!

Não quero ser o tipo de pessoa que não vive por medo de sofrer. Lágrimas fazem parte da vida! Chorar as dores é expelir tudo que há de ruim em nós, para então, crescer. Odeio a ideia de me limitar à ser essa pessoa que tenho sido. A intensidade sempre foi meu sobrenome, a liberdade sempre me fez a cabeça. Talvez eu tenha me perdido no caminho, mas faz favor, se você achar minha identidade, me devolve? É porque assim não tá dando mais. Quero sorrir de verdade, amar por completo, ser minha e de quem mais quiser. A hora da despedida sempre chega, isso eu sei, mas não vale a pena sofrer antes do fim.

O “pra sempre” não existe, as pessoas não são 100% boas, nem todo “eu te amo” é sincero, alguém vai mentir pra você ainda hoje e você não vai ser feliz o tempo todo. Tá, mas e daí? Quem disse que eu quero perfeição? Eu só quero a intensidade infinita de um milésimo de segundo. Afinal, pra que manter os pés no chão sempre, se fomos feitos pra voar?