Por Jullyana B.
5 horas da manhã e a certeza de que nunca ia dar certo.
Amarrotar os lençóis e afundar o rosto no travesseiro não vai trazer de volta a
chance de fazer tudo diferente. Porque não importa o que você faça, o fim
sempre será o mesmo.
O destino, às vezes, escreve algumas histórias quando está
de mau humor e quem se atreve à ser protagonista, sai com algumas cicatrizes no
final. Nada muito difícil de ser curado, mas o tratamento é doloroso. Não dá
pra esquecer os chutes que a vida te dá, nem os desvios que o amor faz. Lutar por uma causa perdida causa dor no
coração e curto circuito na mente. Ter que esquecer e ao mesmo tempo querer
lembrar, muitas vezes, é motivo para algumas doses de tequila. Mas tequila não
resolve nada, só soma mais dores ao corpo – afinal, ninguém merece uma ressaca.
Mas e a ressaca de amor? Aquele dia seguinte ao dia em que
tudo deu errado. Você rola na cama para não acordar e quando acorda, não tem
coragem de se levantar porque sabe que vai doer. Vai doer lá no fundo, quando
você caminhar descalça pela casa e não achar a camisa dele jogada no chão do
corredor. Vai doer quando você respirar e perceber que o oxigênio não tem tanta
graça sem o cheiro dele. Vai doer quando
você perceber que o que te machuca, é o que te cura. Mas deixa pra depois.
Deixa ele viver e criar asas. Crie asas também. Afinal, o
perfume dele nunca combinou com o seu e você sabe que você não suportava
aquelas roupas espalhadas pela casa. Apesar do amor e dos sorrisos trocados,
sua garganta sempre arranhava quando te perguntavam: “vão casar quando?”. Você sabe
que ele é lindo, mas amor não se faz de beleza. Você sabe que se doou por inteiro, mas 100% nem sempre é o suficiente.
Não era pra ser ou você que deixou de ser? Não importa. É hora de dizer adeus. Ou
até mais.
Deixa ele ir. E vai também. Às vezes, caminhos diferentes levam para o mesmo lugar.